Palavra do secretário de Administração, Geraldo de Vitto: as provas do concurso público do Estado para o preenchimento de 10.082 vagas disponibilizadas pelo Governo serão realizadas ainda este ano. A data deverá ser anunciada entre terça e quarta-feira pela organizadora do certame, a Universidade de Mato Grosso. De Vitto anunciou a decisão após se reunir com o reitor Taisir Karim. Na nova rodada de provas, o Estado gastará mais R$ 5 milhões – que é o valor do prejuízo com o cancelamento da edição realizada neste domingo por causa de diversas falhas. O valor do prejuízo aos cofres do Estado poderá aumentar dependendo dos que reclamarem perdas financeiras, com gastos de deslocamentos, inclusive de outros estados. De acordo com dados da própria Secretaria de Administração, dos 274 mil inscritos, pelo menos 13 mil candidatos são oriundos de outros estados brasileiros e até mesmo de outros países, como Japão e Inglaterra. A grande maioria, 95% ou seja, cerca de 260 mil, são de Mato Grosso.
Ao apresentar os motivos do cancelamento do concurso, o secretário de Vitto e o reitor Taisir Karim, acabaram por minimizar os problemas relatados pelos candidatos. Os dois admitiram que houve problemas de logísticas na aplicação das provas no campus do Centro Universitário Cândido Rondon, na Avenida Beira-Rio, em Cuiabá. Houve troca de provas, que deveriam ser aplicadas a tarde e foram entregues pela manhã. O erro de logística também ocorreram em outros pólos, como Rondonópolis, segundo eles próprio relataram.
“Nos locais onde ocorreram falhas, os candidatos foram mais civilizados, esperando que a organização procurasse resolver o problema” – disse de Vitto. Na Unirondon, no entanto, os candidatos preferiram “melar” as provas. Segundo eles, houve casos até mesmo de candidato atirando as provas pelas janelas. “A ansiedade gerou um nível de stress muito elevado” – frisou o secretário, sem entrar no mérito sobre a qualificação das provas. Ele disse também que a realocação de candidatos, reclamado por muitos, foi feita sob critérios, sem representar maiores problemas.
Sobre o surgimento de envelopes rasgados e provas sem lacre, Taisir Karim, foi enfático. Ele disse que todo o material a ser aplicado no concurso foi conduzido de Cáceres para Cuiabá sob escolta e segurança da Polícia Militar. As provas ficaram guardadas na sede do Correios, em Várzea Grande. “Se houve essa situação - ele disse – ou foi algum professor ou o próprio candidato”. Um estudante foi detido e levado para o Centro Integrado de Segurança e Cidadania do bairro Verdão. Ele saiu com a prova e distribuiu xerox na porta da Universidade de Cuiabá (Unic).
O secretário de Administração negou que o Estado esteja com pressa para realizar as novas provas por questões de ordem política. Ele rechaçou qualquer conotação nesse sentido: “Se fosse por politicagem, faríamos a prova no ano que vem” – comentou. Ele disse que o Estado necessita preencher as muitas vagas. Ele também reafirmou que manterá a dinâmica do concurso, realizando as provas em um único dia para permitir que o candidato concorra a apenas uma vaga.
O certame cancelado é o maior concurso público do Brasil em número de vagas oferecidas e está sendo auditado pelo livro dos recordes brasileiros, o RankBrasil, que já contou o número de vagas ofertadas. A maioria dos 274 mil inscritos fará a prova na cidade de Cuiabá, que incluindo o município vizinho de Várzea Grande, somam 151.641 candidatos.
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