“Não sei, deixo rolar. Vou olhar os caminhos, o que tiver mais coração, eu sigo.”
(Caio Fernando Abreu)
Ruas nuas, sem cores, sem som. Só pensamentos divagam nos rostos estranhos.Talvez a estranheza seja minha. Busco lances de memória, afetos ou acertos, algo que me faça sorrir ou colocar cor nesse mundo desde que ele se foi. Nada.
Ao longe, penso ouvir Cazuza: "A emoção acabou... que coincidência é o amor, a nossa música nunca mais tocou". Frase verdadeira. Músicas são cúmplices de nossos sentimentos.Quando felizes nos embalam, nos rodeiam alegres.Quando tristes, choram conosco, cada toque, cada som, como um fundo musical das lágrimas insistentes.
Não ouço nossa música...E tivemos? Não me lembro...Tamanho o esforço desses dias para não pensar em mais nada que me lembre do nosso amor, que nem sei mais o que tivemos. Nem sei ao menos se foi verdadeiro.
Meneio a cabeça para jogar fora os pensamentos. Quero a cabeça vazia. O coração idem. Trovões. Claros e altos.Vai descer a chuva. Que me lave por dentro. Que me jogue fora. Que me arraste pelas encruzilhadas, logo eu que estou farta delas. Não mais escolho, sigo reto o caminho.
Placas à frente: "Siga em frente!" Sigo. Recito na mente Clarice: “Caminho até o limite de meu sonho grande. (...) Para onde vou? E a resposta é: vou.” Ah! Clarice, tantas divagações em consonância com as minhas... E as palavras de Alice Ruiz como por ciúme aparecem na mente: “Qual é a parte da tua estrada no meu caminho? Será um atalho ou um desvio?”
E importa? Se atalho ou desvio, apenas sigo.
Placas à frente: "Siga em frente!" Sigo. Recito na mente Clarice: “Caminho até o limite de meu sonho grande. (...) Para onde vou? E a resposta é: vou.” Ah! Clarice, tantas divagações em consonância com as minhas... E as palavras de Alice Ruiz como por ciúme aparecem na mente: “Qual é a parte da tua estrada no meu caminho? Será um atalho ou um desvio?”
E importa? Se atalho ou desvio, apenas sigo.
Autoria: Jô Angel
Todos os direitos reservados
Jô:
ResponderExcluirAdorei seu texto.
Quando eles falam sobre caminhos, estradas, músicas...são parte do que sinto também.
Parabéns!
Anny.